sexta-feira, 30 de agosto de 2013

EDUCAÇÃO DA CRIANÇA

Dizer "por favor", não interromper uma conversa, se comportar na hora da refeição... Algumas vezes, seu filho pode ter dificuldade em compreender regras sociais. Porém com algumas estrategias e muita paciência, é possível melhorar o comportamento dele.

            Quem nunca ficou sem graça depois de o filho receber um presente e não agradecer? Ou teve que segurar o riso quando ele surgiu, durante uma visita na casa de amigos, com uma tigela de doces que foi buscar sozinho na geladeira? Atitudes como dizer "obrigado" e não mexer nas coisas de outras pessoas são regras que as crianças aprendem aos poucos e sempre com a sua ajuda. Aqui vão dez principais mandamentos de boas maneiras para que seu filho faça bonito em qualquer situação social.

  1. Dizer "por favor" - O primeiro passo para que crianças aprendam essa palavra é, claro ouvindo dentro e fora de casa. Sendo esse um hábito diário entre os adultos e você der o exemplo, será mais fácil cobrar o mesmo comportamento das crianças. O aprendizado não é tão rápido, então, é preciso lembrar o pedido a cada situação até que, aos poucos, ele se acostume e saiba quando usar. É importante só ceder quando eles pedirem "por favor". Insistir é necessário, até porque esse entendimento está relacionado à faixa etária em que a criança se encontra. Apenas com 4 ou 5 anos é que elas vão compreender normas sociais mais facilmente. Até 2 ou 3 anos de idade as crianças não conseguem se colocar no lugar do outro. E essa característica faz parte do desenvolvimento cognitivo. Só mais tarde vão entender conceitos como igualdade, respeito e solidariedade.
  2. Emprestar o brinquedo - Vale seguir a mesma lógica da fase em que se encontra a criança. Se ela tem 3 anos, em média, terá dificuldades em entregas algo que é dela para outra pessoa ou entender que o emprestado será devolvido. Mas, quando não é possível escapar da situação, procure, primeiramente estabelecer trocas. Ter mais de um objetos repetidos também é uma boa ideia. Conviver com irmão, primos e colegas da escola também torna o processo mais fácil. Jogos que sejam para jogar juntos são muito bons, pois ensina que ter um companheiro pode até ser mais divertido. Obrigar a criança a entregar o brinquedo, pode não ser a melhor saída. É melhor estimulá-lo a dividir e chamar o amigo para brincar junto. Quando quem recebe o não é o seu filho, tente distraí-lo com outra coisa.
  3. Agradecer quando ganha um presente - Nessa situação, o importante é mostrar ao seu filho que outra pessoa se importou com ele e, por isso, merece um agradecimento. O mesmo vale para quando recebe um elogio. E não tem segredo: a recomendação é pedir à criança que agradeça sempre. 
  4. Pedir desculpa - Não basta só obrigar a criança a repetir a palavra. É preciso explicar o motivo de ele pedir desculpas. E, assim como nas outras situações já citadas, considere a idade da criança, pois o pedido também está relacionado à aquisição do senso moral. Se o seu filho de 3 ano, por exemplo, empurrou o amigo, o ideal é explicar que aquilo não é certo e incentivá-lo a fazer as pazes. Depois, por volta dos 4 anos, ele vai entender melhor o sentido de certo ou errado dai vale uma explicação mais longa. O objetivo é ensinar a importância de respeitar o outro e não banalizar o "sinto muito". E sim, será preciso repetir a mesma ação até a criança entender que aquilo não pode ser feito. O pedido de desculpa deve ser feito porque a criança realmente entendeu o erro e não a boca pra fora.
  5. Não interromper enquanto os adultos conversam - Principalmente por volta dos 2 anos, a criança vai interromper a conversa. E esse é um comportamento normal, que faz parte da fase egocêntrica pela qual ela está passando. Portanto tente incluir seu filho de alguma maneira, faça com que ele participe da conversa. No caso de crianças acima de 4 anos é mais fácil explicar que é preciso esperar os outros terminarem a conversa para falar.
  6. Não cutucar o nariz - A criança passa por um processo acelerado de conhecimento durante a primeira infância. E esse tipo de "exploração" do corpo é comum entre a garotada. O mesmo vale para "puns" e arrotos. O ideal é explicar que são atitudes privadas, assim como é preciso fechar a porta para fazer xixi, por exemplo. Para os mais novos, principalmente, é preciso dizer sempre, todo dia, até que eles entendam. Viu seu filho no meio de uma festa de casamento com o dedo no nariz? Leve-o ao banheiro para limpar, e pronto. Evite dar tapinha na mão e chamar atenção para o fato. Geralmente ele nem se dá conta do que está fazendo. 
  7. Não abrir a geladeira na casa dos outros - Essa atitude está relacionada à ideia de "nossa casa" e "casa dos outros". A alternativa é fazer seu filho compreender que el não pode mexer no que não é dele. Não precisa dizer ao seu filho, principalmente se ele for novinho, que é falta de educação na frente de todo mundo. Até porque o adulto que é dono da casa costuma reagir com bom humor à cena. De qualquer maneira, vale sempre reforçar a recomendação de que, quando está fora de casa, é preciso pedir quando deseja alguma coisa. Aos poucos a criança vai aprendendo como se comportar nessas situações.
  8. Respeitar os mais velhos - Seja com os mais próximos, como os avós, ou com aqueles que vê de vez em quando, como um vizinho, seu filho provavelmente vai conviver com pessoas mais velhas. Além do diálogo, é partir de situações rotineiras. Explique ao seu filho, por exemplo, que o jeito de brincar com o avô é diferente da maneira com que ele se diverte com o amigo da escola e que eles têm seu próprio tempo. Também vale lembrar que os idosos são pessoas mais experientes, sendo assim devem ser ouvidos. Dizer que eles já viveram mais e fazem e dizem as coisas com a intenção de ajudar. Por fim dê o exemplo.
  9. Fazer as refeições com tranquilidade - O ideal é tornar a hora de comer a mais organizada possível. Acompanhe a criança enquanto ela se alimenta e evite interrupções que possam distraí-la. Também diga que é importante ficar sentado durante a refeição para que a comida não faça mal.  Quando o almoço ou jantar é em um restaurante, distrair a criança é uma boa alternativa. A dica é procurar locais com áreas de recreação (mas combine que poderá brincar só depois de comer) e levar brinquedos, jogos, papel e caneta para que se distraia enquanto a comida não vem. Explique também que, se ele levantar antes de terminar de comer, seu prato será retirado. Outra dica é cansá-los antes da refeição. Quem tem mais de uma criança deve respeitar a diferença entre as duas, cada uma vai ter seu ritmo e com o tempo vão ter paciência de esperar até que todos acabem. 
  10. Saber esperar - Seja na fila do parque ou na sala de espera do consultório médico, é comum ver uma criança inquieta. Essa ansiedade começa ainda na fase de bebê e está relacionada à rapidez com que ele tem suas necessidades atendidas. É preciso paciência para que, aos poucos, seus filho aprenda a ser mais paciente, porém há algumas atitudes suas que podem ajudar. Quebrou ou perdeu algum brinquedo? Não precisa comprar outro imediatamente, diga que em outra ocasião você dá um novo, ou que tal pedir para o Papai Noel? Quando a ansiedade está relacionada a alguma viagem ou festa que vai acontecer, espere para contar sobre o evento quando estiver mais próximo à data. Em situações que não dá para escapar da espera, procure sempre ter na bolsa um brinquedo, um tablet, um livro, um game ou, dependendo do horário, algo para comer ou beber. Por fim, vale repetir, que "tudo tem a sua hora". A criança precisa saber que chegará sua vez, porém isso precisa ser mostrado com ações. Atue sempre da mesma maneira com seu filho até o momento que ele consiga ter o que está esperando. Uma dica de quando estiver em um restaurante é explicar de uma maneira que ele entenda, como se dá o processo de preparação de um alimento, fale do cuidado e do tempo que é necessário para preparar aquilo que comemos. Provavelmente ele não irá entender na primeira, segunda ou terceira vez, mas, aos poucos, começa a compreender que nem tudo está pronto e acabado, esperando para atender seus desejos. 


Resumo do texto da: Simone Tinti, revista Crescer. Fontes: Fernanda Gimenes, diretora do currículo de português da Escola Cidade Jardim/  play Pen, de São Paulo (SP), e Luciana Lapa, psicóloga e orientadora educacional do ensino fundamental 1 na escola Stance Dual (SP).

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